Xadrez
Projeto Piloto
Os Ministérios da Educação e dos Esportes desenvolveram em 2004 um projeto-piloto do xadrez nas escolas em Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Mato Grosso do Sul. Durante três meses, 40 escolas públicas desses estados receberam informações teóricas e práticas do xadrez. No período, foram atendidos 160 alunos por escola e o resultado, informa o secretário de Educação Básica, foi uma melhora significativa da concentração dos alunos nas salas de aula e do aprendizado. Essa avaliação positiva, diz, é que determinou a ampliação do projeto em 2005.
Implantação do projeto Xadrez nas Escolas
Cerca de 50 professores por estado e do Distrito Federal forram capacitados para a implantação do projeto Xadrez nas Escolas, que começou no segundo semestre de 2005. A iniciativa é da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) em parceria com o Ministério dos Esportes. A idéia é que o ensino do jogo de xadrez seja mais um instrumento pedagógico nos projetos da rede oficial de ensino.
O projeto foi implantado em até 50 escolas de 25 unidades da federação, exceto São Paulo e Acre. Cada escola recebeu um kit contendo um livro sobre xadrez ( Cartilha de Xadrez), 20 jogos e um mural para que o professor possa ensinar os alunos. A seleção das escolas foi feita pelas secretarias de educação dos estados. A orientação do MEC é que fossem escolhidas as escolas mais carentes.
A responsável pelo projeto na SEB é Míriam Sampaio de Oliveira.
Um pouco sobre a Cartilha do Programa Xadrez nas Escolas
Cartilha do Programa Xadrez nas Escolas, ou simplesmente Cartilha de Xadrez, é um manual publicado pela Secretaria Nacional de Esporte Educacional (SNEE) do Ministério do Esporte em parceria com o Ministério da Educação, para o desenvolvimento do xadrez escolar por meio do Programa Xadrez na Escolas.
A cartilha de xadrez é distribuída em escolas públicas e ONGS parceiras do projeto. A primeira tiragem foi de duzentos mil exemplares ao custo unitário de R$ 0,80, distribuídos em 6,7 mil entidades. Mais de 6,9 milhões de estudantes tiveram acesso à cartilha que foi elaborada pelos mestres enxradristas Antônio Villar, Sandro Heleno, Antônio Bento e Adriano Valle. Com o objetivo de colaborar com o ensino e com a disseminação da modalidade, os autores abriram mão dos seus direitos autorais. A Cartilha do Xadrez tem nove páginas e é disponibilizada no portal do Ministério do Esporte. As escolas que receberam a cartilha já tinham sido contempladas com o conjunto de xadrez, que inclui tabuleiro e peças oficiais.
O MEC publicou ainda uma outra cartilha de xadrez mais completa, com 32 páginas, trazendo, além das regras básicas, a história do enxadrismo, princípios práticos e conselhos éticos, sistema de notação, partidas consagradas e mais de cem exercícios para os iniciantes.
Objetivo do Projeto Xadrez nas Escolas
A intenção do Ministério de Educação ao implantar o jogo de xadrez nas escolas é a de desenvolver habilidades, tais como a memorização e o raciocínio lógico-dedutivo, com a finalidade de motivar e despertar o interesse dos educandos. Com o interesse no aprendizado do jogo haverá mais uma alternativa pedagógica e atraente para tirar os adolescentes das ruas e evitar que fiquem vulneráveis à violência. O jogo de xadrez nas escolas foi implantado, primeiramente nas escolas com salas de aulas de 5ª a 8ª séries, com o intuito de desenvolver a capacidade intelectual dos alunos.
O Jogo de xadrez nas escolas tanto para os professores quanto para os alunos é de livre participação e os jogos acontecem em atividades extras curriculares, fora do horário de aula.
O Xadrez nas escolas do Brasil
O ensino do jogo de xadrez nas escolas do ensino fundamental de Recife, Belo Horizonte, Campo Grande, Teresina, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba está ajudando a melhorar a aprendizagem, a memorização, o raciocínio e a criatividade dos alunos. Os ministérios da Educação e do Esporte vão fazer parcerias com os Estados e municípios para estender a atividade às escolas públicas de todo o país.
Em Niterói (Rio de Janeiro) , o xadrez é ensinado em 20 escolas regularmente. José Costa lembra que as crianças que estudam no período da manhã ficam uma hora a mais na escola para desenvolver a prática. Já as que estudam no turno vespertino chegam uma hora mais cedo para participar da aula de xadrez.
Em Pernambuco o projeto esta beneficiando mais cinco municípios do interior do Estado, o projeto foi implantado em Limoeiro, São José da Coroa Grande, Tamandaré, Barreiros e Petrolina , e tem como objetivo garantir aos estudantes a inclusão social com o acesso ao esporte, além de desenvolver conceitos e habilidades de liderança.
No estado de Minas Gerais já existe vários torneios e campeonatos entre as escolas . Na ultima Copa Belo Horizonte de Xadrez Escolar, mais de 200 pessoa se inscreverão, isso mostra um crescimento do xadrez.
Benefícios do Xadrez nas Escolas
O ensino e aprendizagem do Xadrez no meio escolar é uma atividade
que além de proporcionar o lazer também dá a possibilidade de valorizar o
raciocínio através de um exercício lúdico, podendo alcançar, dentre outros, os
seguintes objetivos:
Desenvolver o raciocínio lógico;
Desenvolver habilidades de observação, reflexão, análise e síntese;
Desenvolver habilidades e hábitos necessários à tomada de decisões;
Compreender e solucionar problemas pela análise do contexto geral em que estão inseridos;
Ampliar os interesses pelas atividades individuais;
Melhorar o desempenho nos estudos e, em particular, em Matemática.
A prática do Xadrez nas escolas apresenta claramente o progresso dos
seguintes aspectos
• Desenvolvimento de capacidades cognitivas, sociais, afetivas, e morais dos estudantes.
• Desenvolvimento profissional dos professores e envolvimento no trabalho.
• Inclusão Social.
E ainda,
A atividade enxadrística realizada no contexto educacional permite
trabalhar a melhoria da auto-estima dos estudantes, visto que a sua
iniciação não requer pré-requisitos (características físicas, sociais,
etc.) e é acessível aos estudantes situados em qualquer altura da
grade escolar. No ambiente escolar as atividades podem ser
planejadas por séries, permitindo igual envolvimento dos estudantes,
mesmo que apresentem dificuldades ou defasagem de aprendizagem
em disciplinas curriculares, podendo servir como elemento motivador
para a superação das mesmas.
Já as características de socialização, advindas da prática do Xadrez,
são comuns ao conjunto de atividades lúdicas e das práticas
esportivas educacionais. Elas se encontram dentro do conjunto maior
de atividades que favorecem o desenvolvimento social (artes em
geral, festividades, serviços da comunidade local, etc.).
O Xadrez além de contribuir na formação e desenvolvimento de
indivíduos no âmbito escolar, também pode:
• Contribuir para a educação voltada à interação social na busca
pela formação integral do cidadão.
• Despertar o espírito reflexivo e crítico.
• Ampliar a capacidade para tomada de decisões.
• Desenvolver a inteligência espacial.
• Desenvolver a disciplina na execução de uma tarefa.
• Estimular o desenvolvimento das operações do intelecto.
• Desenvolver a capacidade de comunicação.
• Desenvolver a capacidade de aprender.
• Formular hipóteses e prever resultados.
• Elaborar estratégias de enfrentamento das questões.
• Interpretar e criticar resultados a partir de experimentos e
demonstrações.
Assim, de uma forma geral, percebe-se que a inserção das atividades
que envolvem o ensino e aprendizagem do Xadrez nas escolas vem contribuir
na formação de indivíduos (alunos) e pessoas capazes de enfrentar os
diversos desafios que estão por surgir e, mais do que isso, saber que suas
ações e atitudes voltam-se para o processo do desenvolvimento cognitivo, pois
se acredita que este possa viabilizar respaldo intelectual nos vários contextos
em que estão inseridos, contribuindo na constituição de cidadãos mais
preparados tanto para os fenômenos da natureza, quanto das surpresas
provocadas pelo próprio homem.
Depoimento de alunos e professores sobre o xadrez em suas vidas
Luan dos Santos, 13 anos, era o que alguns professores chamam de "aluno problema". Além de não estudar, juntava-se a outros que "não tinham jeito" para perturbar na sala de aula. Há três anos descobriu o xadrez na Escola Estadual Helena Pugó, localizada no Bongi, Zona Oeste do Recife. O jogo não mudou apenas a opinião do corpo docente sobre o aluno. O próprio garoto diz que, hoje, é outra pessoa. "Aprendi a refletir antes de agir e não saio mais brigando por qualquer besteira. Posso até dizer que agora sou calmo", garante. A história de Luan não é um caso isolado. Muitos alunos também chegaram na sala da professora Elizabeth Souza desacreditados.
"Tive uma aluna que, depois de vencer uma partida gritou: 'eu consigo pensar!'", lembra a professora que ensina o jogo há mais de dez anos. Elizabeth, uma entusiasta que chega a tirar dinheiro do próprio bolso para que seus alunos participem de torneios, explica que o xadrez na escola não é apenas um jogo, mas uma importante ferramenta pedagógica. "No xadrez, há uma guerra entre dois reinados e o objetivo é o xeque-mate no rei. Trazemos isso para a vida dos meninos, que precisam dar o xeque-mate na violência, nas drogas e numa série de outras dificuldades", compara.
Ana Beatriz Bezerra, coordenadora pedagógica do Centro Municipal de Otimização da Aprendizagem de Niterói, trabalha com alunos que têm defasagem entre a idade e o ano de escolaridade. Ela destaca outros benefícios do xadrez na escola. "As crianças aprendem a respeitar regras, limites do jogo e limites sociais, além do convívio. Elas treinam a memória e principalmente a atenção", explica.
O Xadrez em outros paises
Experiências com o xadrez nas escolas foram testadas desde o início do século XX na antiga União Soviética, Alemanha e Argentina. Atualmente, o jogo foi adotado também em Cuba e na Venezuela.
Fontes:
Folha Online
Sindicato - APEOC
Clube de Xadrez São Paulo
Secretaria de Estado de Educação (SED)
Ministério da Educação (MEC)
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