domingo, 13 de junho de 2010

Kendô

O Kendô é uma tradicional arte marcial japonesa cuja origem está nas técnicas de manejo e luta de espadas utilizadas pelos Samurais nos campos de batalha.
Ao se falar sobre Kendô, é quase impossível não mencionar que ‘o Kendô é o caminho da espada’. E, não deixa de ser. A palavra japonesa Kendô é composta por dois ideogramas: Ken (剣) que significa espada e Do (道), caminho.
Mas o que quer dizer ‘caminho da espada’?
No universo das Artes Marciais, a palavra ‘caminho’ adquire o sentido da própria existência, de um estilo de vida. No caso do Kendô, consiste em “disciplinar o caráter humano através da aplicação dos princípios da Katana” (刀) (outra designação em japonês para espada).
E quais são estes princípios?
Estes princípios são a busca do desenvolvimento de corpo e espírito vigorosos por meio de treinamentos intensivos e apropriados no manejo da espada, com a finalidade de tornar o indivíduo capaz de compreender que, o poder adquirido ao se portar uma espada, traz consigo a dimensão da responsabilidade de saber como e quando utilizá-la, para o bem do próximo e da sociedade.
Ao longo dos séculos, gerações de mestres têm dedicado suas vidas à transmissão desses ensinamentos.
Este trabalho tem como objetivo dar uma breve introdução à prática do Kendô, sem se atrever, por enquanto, a discursar sobre sua filosofia.

Fundamentos da Prática do Kendô
A prática do Kendô como uma atividade física não pode ser desassociada de sua tradição e caráter filosófico. Porém, com finalidades didáticas, costuma-se dividir o Kendô em três aspectos:
• Mente (Ki 気– espírito): atitude mental, estado espiritual de concentração e equilíbrio, demonstrada através do Kiai (grito, brado).
• Instrumental (Ken 剣 – espada): movimento da espada e execução do golpe.
• Físico (Tai 体– corpo): preparação física, movimento corporal.
Devemos ter o físico bem preparado e disciplinado para suportar o treinamento, que nos levará ao aprimoramento e domínio do movimento corporal sincronizado com o movimento da espada. Só assim, poderemos executar o golpe. O golpe, por sua vez, será tão eficiente quanto o nosso grau de concentração e equilíbrio.
Como o Kendô envolve o manejo de um instrumental, recomenda-se a idade mínima de 07 a 08 anos, que é quando a criança já conseguiu acumular e desenvolver, naturalmente, o controle motor, ou seja, coordenação suficiente sobre seu próprio corpo para poder aprender a lidar com a espada.
A partir dos 08 anos, o Kendô pode ser praticado por qualquer pessoa, sem limite de idade. Mais do que isso, o Kendô pode ser praticado entre pessoas de qualquer idade. Talvez esta característica explique a popularidade do Kendô com o público adulto.

Vestuário
• Keiko-gui: kimono semelhante ao usado no karate. Em geral é feita de tecido de algodão reforçado nas cores branca, azul marinho ou preta.
• Hakama: saia calça com pregas. Em geral é feita de tecido de algodão nas cores branca, azul marinho ou preta.
• Bogu: armadura composta por quatro peças vestida sobre o Keiko-gui e o Hakama.
o Mem: espécie de elmo que protege a cabeça, cuja parte frontal exibe uma grade de metal, presa a uma parte posterior feita de couro e tecido reforçado por costuras.
o Dô: protetor do tronco feito de bambu ou resina plástica.
o Kotê: luvas feitas de tecido reforçado por costuras e couro.
o Tare: espécie de avental feito de tecido reforçado por costuras.
Intrumento
- Shinai: espada feita de bambu ou material sintético (fibra de carbono), deve medir de 114 cm a 120 cm e pesar de 400 g a 510 g, de acordo com a categoria.
A etiqueta do Kendô recomenda que o Kendôka, ou kenshi, cuide da manutenção de seu vestuário, bogu e shinai, mantendo-os sempre impecavelmente limpos e em ordem.
O Kendôka deve estender este hábito para o seu dia-a-dia e vida profissional, tomando o mesmo cuidado com suas roupas e seus instrumentos de trabalho.

O Treinamento
O treinamento básico ensinado para os iniciantes é chamado de Kihon.
São exercícios de movimentos repetitivos, cujo objetivo é moldar os movimentos básicos:
• dos pés, pois pode não parecer óbvio, mas para a execução correta do golpe, a movimentação dos pés é mais importante que a dos braços;
• do corpo, pois o quadril é o centro de massa que dá equilíbrio ao corpo e potência ao golpe.
• dos punhos, antebraços e braços, para o balanço do shinai.
Além disso, os exercícios de Kihon visam formar as noções de distância e tempo em relação ao adversário. Esta noção espacial é denominada Maai.
Exemplos de exercícios de Kihon:
• Ashi Sabaki: todo exercício voltado para movimentação dos pés.
• Suburi: movimento repetitivo de ida e volta do shinaicomo se estivesse golpeando o Men do adversário.
• Kirikaeshi: nove (quatro para frente e cinco para trás) movimentos de ida e volta do shinaicomo se estivesse golpeando o Men do adversário alternadamente no lado direito e esquerdo.
Apesar de serem aplicados para os iniciantes, os exercícios de Kihon devem ser sempre praticados pelos Kendocas ao longo de toda sua vida.
Exercícios mais sofisticados, que treinam técnicas especiais de ataque e defesa são chamados de Waza.
Exemplos de exercícios de Waza:
• Suriague-waza: contragolpe executado rebatendo o shinai do adversário.
• Nuki-waza: contragolpe executado desviando-se do shinai do adversário.
O treinamento de Kendô começa e termina com uma reverência ao dojo. No início, se pede permissão para treinar, e proteção para que ninguém se machuque durante o treinamento. No final, a reverência serve para agradecer duplamente pelo uso do local e pela proteção recebida.
Mais uma vez, no nosso cotidiano, é evidente, a analogia com relação a ter respeito pela nossa casa, pelo nosso local de estudo ou trabalho.

Bem fiz essa pesquisa para um trabalho de vivência corporal, mas infelizmente não pude apresentar pois houve um problema técnico mas essa experiência foi muito interessante pois eu pude presenciei um torneio, coloquei  Keiko-gui (kimono), Hakama (saia calça com pregas), Bogu ( armadura) até treinei com um dos sensei que la estava Sr. Sadao Miyazawa.


Referências Bibliográficas:
TAKIZAWA, Massao – Manual de Kendô – São Paulo/SP, ABRAKEN, 1995.
YAMAZATO, Augusto – História Ilustrada do Japão – São Paulo/SP, Editora 5 Cores, 1967.
Revista Kendo Nippon Nº 325 (Abril/2003) – Tóquio/Japão, Ski Journal, 2003.
MORAIS, Fernando – Corações Sujos – São Paulo/SP, Companhia das Letras, 2000.
CBK (Confederação Brasileira de Kendô) e FPK (Federação Brasileira de Kendô).

Algumas fotos dessa experiência...



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